Nos anos 2000, o mercado imobiliário dos Estados Unidos estava em alta. As pessoas acreditavam que o preço das casas iria continuar a subir, então muitos decidiram investir no mercado imobiliário. A demanda por casas aumentou, e os bancos facilitavam a concessão de crédito para pessoas que antes não tinham acesso a financiamentos.

Com a alta demanda por casas, os preços subiram cada vez mais. As pessoas que já tinham comprado imóveis se beneficiaram com o aumento do valor, o que gerou mais interesse no mercado imobiliário. Os bancos começaram a oferecer créditos de risco, como os chamados “subprime”, para pessoas que tinham pouca capacidade de pagamento. Foi dessa forma que as causas da crise começaram a surgir.

Os empréstimos subprime eram concedidos a pessoas com baixo score de crédito, ou seja, aquelas que tinham uma alta chance de não conseguirem pagar as prestações do financiamento. Mesmo sem garantias de que o valor seria devolvido, os bancos ofereciam empréstimos com taxas de juros altíssimas. As pessoas que pegavam esse tipo de empréstimo ficavam presas em dívidas sem fim, chegando a pontos onde não conseguiam mais pagar as prestações e acabavam perdendo suas casas.

O sistema financeiro dos Estados Unidos também contribui para a crise financeira. Os bancos, que ofereciam esses empréstimos de alto risco, tinham um sistema de negócios complexo. Eles transformavam esses empréstimos em títulos e vendiam para investidores. Por trás disso, estava o sistema chamado “CDO” (Collateralized Debt Obligations), que distribuía os riscos dos títulos para outros investidores. Isso quer dizer que o mesmo título era vendido várias vezes a pessoas diferentes.

A partir de 2006, o mercado imobiliário começou a desacelerar. Como cada vez mais pessoas estavam endividadas por causa dos empréstimos subprime, elas não podiam mais pagar as prestações de suas casas. Isso gerou um grande número de execuções hipotecárias, o que causou um excesso de imóveis à venda no mercado. Com uma oferta maior do que a demanda, os preços dos imóveis começaram a cair.

A partir desse momento, os bancos começaram a ter prejuízos enormes, uma vez que eles não estavam recebendo o dinheiro que emprestaram. Os títulos que estavam em circulação também começaram a não valer mais nada e os investidores tiveram grandes perdas. A bolsa de valores também foi abalada pela crise financeira, pois os bancos tinham uma grande participação no mercado financeiro.

Em resumo, a crise do mercado imobiliário nos Estados Unidos foi causada pela concessão de empréstimos subprime para pessoas que não tinham capacidade de pagamento, e pelo sistema complexo de negócios dos bancos. Essa crise teve efeito global e causou um grande impacto na economia dos Estados Unidos e em todo o mundo.